A Revista Brasileira de Ciências Criminais completa em 2022 os seus 30 anos de existência, um feito extraordinário e que se confunde com a própria história do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM), entidade dedicada ao desenvolvimento científico e à defesa da Constituição na intransigente promoção dos direitos e garantias fundamentais.

O início de 2021 inaugurou uma nova gestão no IBCCRIM, liderada por Marina Pinhão Coelho Araújo, atual presidente e ex-coordenadora chefe da Revista. Com o novo corpo diretor houve a substituição da coordenação da Revista e dos seus editores assistentes1 e o início de um processo de mudança. Isso porque a chapa vencedora, capitaneada pela presidenta Marina, havia indicado na campanha ações para o impulsionamento do periódico.

Assim, após um ano na coordenação dos trabalhos, cumpre-nos fazer um balanço sobre o que entendemos como importantes avanços realizados em um ano por muitas tragédias decorrentes da pandemia que assolou o Brasil e o mundo. Ademais, para os editores de periódicos científicos no Brasil foi também um momento de muita dedicação e resistência, vistos os constantes ataques direcionados às mais distintas formas de conhecimento.

Do ponto de vista operacional, a nova gestão conferiu especial atenção ao Núcleo de Publicações, com o incremento da dotação orçamentária e a contratação de estagiário de apoio à equipe. O fundamental suporte financeiro e de pessoal, aliado ao empenho dos editores (executivos, assistentes e coordenador), permitiram alguns saltos qualitativos que merecem destaque:

a)      Adoção de nova ferramenta de gestão do fluxo editorial: OJS 3

A adoção do Open Journal Systems 32, um software livre para o gerenciamento de periódicos acadêmicos revisados por pares, trouxe uma profissionalização e transparência inaudita à gestão do fluxo editorial. Além de automatizar rotinas de trabalho que eram manuais, inseriu o periódico no rol das revistas integradas ao ecossistema da produção científica mundial. O OJS permite a utilização de diversos plug-ins facilitadores de editoração, como a integração mais ágil com bases de dados de indexação, a interoperalidade com a plataforma ORCID3 de gestão e o cadastramento e abastecimento dinâmicos de dados junto à ampla comunidade de colaborares (editores, autores, avaliadores, etc.). É o primeiro e decisivo passo para a construção de um portal de periódicos do IBCCRIM que, gradativamente, pretende migrar suas publicações para este sistema. O conteúdo da Revista permanecerá exclusivo para assinantes e associados do IBCCRIM, com algumas exceções.

b)     Ingresso no Crossref4 e inclusão do DOI (Digital Object Identifier) nos números e respectivos artigos da Revista

A associação ao Crossref, um sistema internacionalmente reconhecido de catalogação de informações de publicações científicas (entre outras), facilitador da identificação e preservação de metadados de referência para a citação de artigos (informações de autor, dados bibliográficos, etc.), passou a nos permitir a geração de identificadores digitais (DOI) para os números do periódico e para cada um dos seus artigos publicados pela Revista. A inovação é decisiva para profissionalizar e incrementar ainda mais os esforços de internacionalização da Revista com uma maior harmonia com indexadores e bases de dados de divulgação diversas no Brasil e no Mundo.

c)      Melhoria do índice h5 da Revista

Em 2021, o índice h5 da Revista Brasileira de Ciências Criminais no Google Scholar5 foi de 7 para 11, com mediana 17 de citações. Significa dizer que os 11 artigos mais citados da Revista receberam, no mínimo, 17 citações cada. Trata-se de um aumento significativo na quantidade de citações, critério importante para a classificação da relevância da publicação na sua área. Os critérios bibliométricos empregados nas análises das produções científicas da atualidade ganham cada vez maior importância. Com o aumento exponencial da produção científica mundial e nacional, houve uma inevitável necessidade de diversificação de indicadores capazes de subsidiar a apreciação quantitativa e qualitativa de informações. Nesse sentido, a primeira e mais simples unidade de medida de natureza puramente quantitativa é a mensuração dos artigos publicados em periódicos indexados em bases de dados nacionais e, sobretudo, internacionais (Google Scholar, Scopus e Web of Science, por exemplo). Nesses últimos dois indexadores (Scopus e Web of Science) a RBCCRIM deve se fazer presente no futuro.

d)      Revisão e atualização das normas de publicação e políticas editoriais

De forma a adequar as normas da RBCCRIM aos parâmetros editoriais nacionais e internacionais, a equipe trabalhou nos primeiros meses de 2021 na revisão e atualização dos critérios de publicação. Nesse sentido, reorganizou as seções (ver próximo item), redefiniu as regras de integridade ética na pesquisa, revisou os critérios de submissão, especificou o processo de avaliação e reorganizou o fluxo, inclusive dos Dossiês especiais.

e)      Seção de Criminologia

Dentre as mudanças nos parâmetros, foi reclassificada a antiga seção “Crime e Sociedade” para “Criminologia”. O intuito da mudança foi harmonizar as seções às históricas linhas editoriais da Revista e, sobretudo, dar o devido status científico à disciplina criminológica. Assim, ao nominar o campo, ficam automaticamente estabelecidos os critérios metodológicos de aceitação dos artigos na seção.

f)       Atualização da parceria coma Editora Revista dos Tribunais (RT) para que a Revista seja novamente bimestral

A exitosa parceria com a Editora Revista dos Tribunais foi renovada e, a partir de março de 2022, a RBCCRIM retomará a sua bimestralidade. A medida visa reduzir a quantidade de artigos publicados e, consequentemente, melhorar ainda mais a criteriosa e qualificada seleção dos trabalhos.

A equipe entende como relevantes as mudanças realizadas em 2021 e seguirá, em 2022, com seu emprenho no esforço de qualificar cada vez mais o veículo símbolo do IBCCRIM.